Empreendedorismo feminino está no DNA da empresa
Embora haja muita luta e alguns avanços, muitos dados ainda são desanimadores quando falamos sobre a presença feminina no mercado de trabalho, como o apontado pelo Spencer Stuart Board Index Brasil em 2020, em que o percentual de mulheres em conselhos de administração nas empresas brasileiras foi de 11,5%. Um aumento pouco significativo comparado com 2019 (10,5%). Isso quer dizer que, em média, há uma mulher para cada 7,4 homens nos conselhos de administração de empresas brasileiras.
Por outro lado, há iniciativas que buscam ir na contramão dessas estatísticas, como é o caso do Grupo Elian, uma indústria têxtil localizada em Jaraguá do Sul, que está há 30 anos no mercado e possui cerca de 750 colaboradores. A presença feminina na empresa é algo muito forte e os números comprovam. O início de tudo, em 1990, já é uma prova disso. Foi quando Eliete Caviguioli, ao lado do esposo Francisco Caviguioli, decidiu empreender em uma época em que quase não se falava sobre empreendedorismo feminino.
E de lá para cá esses números só cresceram:
- A atual CEO é mulher: Andreia Eliete Caviguioli Voltolini;
- As mulheres representam 53% do quadro total de colaboradores;
- 55% das lideranças do Grupo Elian são mulheres;
- Em todos os setores do Grupo Elian tem uma líder ou coordenadora;
- Diversificação de idade entre as líderes. O Grupo Elian tem líder de 24 anos e com mais de 55, por exemplo;
- Muitas delas lideram grupos em que a maioria é masculina, como a Tatiane Nunes, que iniciou na empresa como dobradora e hoje atua como coordenadora da área de Logística, coordenando mais de 30 homens;
- E muitas conquistaram cargos maiores por esforço próprio. Franciele Cole trabalha há 17 anos no Grupo Elian. Iniciou suas atividades como auxiliar na dobração e hoje é coordenadora de RH.
A história de empreendedorismo de Eliete e Andreia
Com 37 anos de idade, formada em Administração e com especialização em Controladoria, Custos e Finanças, Andreia Eliete Caviguioli Voltolini, comanda o Grupo Elian, empresa têxtil localizada em Jaraguá do Sul que emprega cerca de 750 pessoas. A única filha mulher do casal Eliete Caviguioli e Francisco Caviguioli, que há 30 anos fundou a empresa, começou a trabalhar no negócio da família com 13 anos e desenvolvia suas funções no setor de dobração. “Nossos pais sempre compartilharam muito os desafios conosco e sempre nos explicaram muito sobre tudo, o que foi muito bom, pois hoje isso nos dá um conhecimento amplo sobre todo o negócio. Acompanhamos tudo sempre, desde as conquistas até as derrotas. Estar junto fez a gente viver a realidade, ou seja, sabemos que nada é fácil e que é preciso muito trabalho para as coisas acontecerem”, afirma.
Aos 30 anos, assumiu a diretoria da empresa. “Foi um desafio enorme até porque não foi uma coisa que aconteceu com formalidade, foi acontecendo. Não me sentia preparada, mas quando chegou a hora me dediquei e sempre contei com a ajuda de muitas pessoas. Sou muito exigente comigo mesma, então sempre procurei me desenvolver muito, pois eu sabia da responsabilidade de assumir a diretoria de uma empresa que tem uma história de sucesso. Mas, ao meu ver, o mais importante numa organização é o trabalho em equipe. Hoje, na empresa, tomamos as decisões importantes em conjunto, somando os conhecimentos e as competências de todos e isso dá muito certo”, ressalta.
Andreia tem como apoio e inspiração sua mãe, Eliete Caviguioli, que em 1990 empreendeu ao lado do seu marido. “Eu sempre incentivei ela a lutar pelo que ela queria e buscar seu espaço através de conhecimento, pois tinha certeza que isso faria com que ela encontrasse seu lugar. E isso aconteceu. Hoje, ela é diretora executiva por mérito dela, pela dedicação e pelo amor que ela tem pelo negócio e não porque é filha dos fundadores. Desde muito cedo ela passou por vários setores para aprender, ganhar credibilidade e a confiança das pessoas”, afirma Eliete.
Andreia e sua mãe Eliete contam que nunca sofreram preconceito no trabalho pelo fato de serem mulheres, mas ressaltam que é desafiador por ainda ser um ambiente muito masculino. “Acredito que a mulher vem ganhando seu espaço relevante e ela faz a diferença. Meu conselho para as mulheres é: acreditem em si mesmas e se desenvolvam. É possível ser bem-sucedida quando você tem conhecimento de causa, experiência e conteúdo paraagregar”, pontua Andreia.
Deixe seu comentário nesse post