Em entrevista exclusiva a 105 FM, André Motta confirmou a distribuição de vacinas aos municípios e tentativa de ampliação de leitos de UTI
Do aeroporto de Brasília onde aguardava voo para retornar a Florianópolis, o secretário de Saúde de Santa Catarina, André Motta, concedeu uma entrevista exclusiva à FM 105.
Também nesta manhã, chegam à capital do Estado as 91,2 mil doses de vacinas enviadas pelo Ministério da Saúde. Segundo Motta, o imunizante será distribuído aos municípios em até 24 horas. Dessa vez, o Oeste receberá um percentual maior.
As vacinas que chegam a Santa Catarina foram produzidas pelo Butantan. Das 91,2 mil doses, metade (45.600) será distribuída aos 295 municípios catarinenses, para dar continuidade à vacinação dos trabalhadores da saúde e idosos com idade entre 80 e 84 anos, conforme recomendação do Ministério da Saúde. O restante ficará armazenado para garantir a aplicação da Dose 2 (D2) na população desses grupos, em um intervalo de 2 a 4 semanas.
Tema de conversa dos governadores, a possibilidade de compra de novas doses de vacina pelos Estados também está na mira de Santa Catarina, mas André Motta segue acreditando que o ideal é que a União tome frente do processo. “O governo federal garantiu que até junho vai entregar doses suficientes para vacinação dos quatro primeiros grupos. Nós vamos negociar a compra, claro, mas acreditamos que a União vai cumprir o seu papel”, disse.
Medidas de restrição
Fruto de várias discussões dos secretários de saúde, a reivindicação feita ao governo federal para a adoção de medidas conjuntas tem a aprovação de André Motta. “Só haverá uma resposta mais efetiva da comunidade se for uma questão nacional, um pacto com a compreensão da sociedade, aí o resultado é bom, caso contrário, as medidas duras só causam confusão e não têm resultado prático no enfrentamento da pandemia”.
Segundo André Motta, por isso, neste momento, um lockdown está descartado em SC. “Primeiro vamos avaliar o resultado das medidas que tomamos. Teremos mais um fim de semana de restrições duras e fiscalização”. Motta também falou sobre a importância de cada indivíduo refletir sobre as suas atitudes.
“Eu tenho uma opinião muito própria sobre isso, se não houver consciência coletiva do que está acontecendo, as medidas de gestão são ineficazes, as pessoas acabam não cumprindo”.
Sem vagas de UTI
Santa Catarina tem hoje mais de 250 pacientes a espera de uma vaga na UTI, além disso, alguns pacientes começam a ser transferidos para o Espírito Santo.
André Motta ressalta, porém, que nenhum catarinense ficou sem atendimento. “Os catarinenses estão sendo assistidos enquanto aguardam uma vaga na UTI, ninguém está sem atendimento médico. Temos uma rede preparada. As pessoas não estão morrendo em casa como aconteceu na Europa”.
Motta diz ainda que o Estado aguarda resultado de edital para compra de novas vagas de UTI na rede hospitalar privada de SC.
O secretário de Saúde também criticou o negacionismo que envolve a doença. “Esta é uma doença transmitida pelo contato próximo. Não aglomerar, usar máscara e manter distanciamento são atitudes responsáveis, o negacionismo é perigoso”.
Motta acompanhará nesta sexta-feira viagem do ministro da Saúde, Eduardo Pazzuelo ao Oeste do Estado.
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