Médicos dizem que é mais fácil a criança ser contaminada em casa, por adultos, do que no ambiente escolar que segue as regras de prevenção
O Conselho Regional de Medicina de Santa Catarina divulgou nota se manifestando contrário à decisão dos 22 municípios da Grande Florianópolis de suspender as aulas presenciais.
Os médicos argumentam que a medida contraria a legislação estadual que classificou a educação como essencial, além de prejudicar mais as crianças que estão nas escolas:
“O Conselho Regional de Medicina de Santa Catarina vem a público manifestar sua preocupação em relação à decisão de suspensão das aulas presenciais definida pelo decreto da Prefeitura de Florianópolis.
Embora estejamos, de fato, passando pelo momento mais delicado do enfrentamento à COVID-19, o CRM-SC reitera a importância de que as decisões tomadas sejam embasadas em critérios técnicos e científicos e que sejam levadas em consideração as consequências das mesmas.
Crianças, de forma geral, apresentam quadros mais brandos, com gravidade e mortalidade notadamente menores do que na população adulta e, com frequência, podem não apresentar sintoma algum quando infectadas. Embora o papel da criança como “transmissor” da COVID-19 ainda não seja completamente conhecido, sabe-se que crianças menores de 10 anos são menos susceptíveis à infecção pelo SARS-CoV-2 do que adolescentes e adultos e há estudos mostrando que é pouco provável que crianças sejam as fontes primárias de infecção nos domicílios, contrariamente ao que se observa em outras infecções de transmissão respiratória.
As análises por todo mundo a respeito da transmissibilidade da COVID-19 nas escolas têm evidenciado que estas, seguidas das medidas de higiene, distanciamento e ventilação de ambientes, são local de risco menor de contágio para as crianças do que seus próprios domicílios. É mais comum que adultos contraiam a doença em outros locais aos quais frequentam, assim como é mais comum que as crianças contraiam a doença dos adultos com os quais convivem, do que transmitam a eles.
Em que pese o retorno às aulas presenciais tenha ocorrido a partir de janeiro deste ano, não foi acompanhado de sobrecarga do sistema de saúde na atenção pediátrica, com baixa ocupação de leitos de internação e de UTI pediátricos no estado, quer destinados à COVID-19 ou de atenção médica às demais doenças. Dados atualizados de 16 de março mostram ocupação de 71% para leitos de UTI pediátrica geral, e somente 25% dos leitos de terapia intensiva habilitados para internação de crianças com COVID-19”, diz a nota.
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