Setor pede novas desonerações tributárias e a implementação de medidas que viabilizem importações de insumos com menores custos
As indústrias de carne suína e de frango divulgaram um manifesto indicando que novas elevações de preços desses produtos devem atingir os consumidores brasileiros.
A alta ocorre devido ao repasse de custos com matérias-primas como soja e milho.A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) afirmou em nota que o milho e a soja, insumos básicos que compõem 70% dos custos de produção, subiram respectivamente mais de 100% e 60% em relação ao mesmo período do ano passado, o que aperta margens e traz problemas financeiros para as empresas.
No caso do milho, há um agravante, com a quebra de safra pela seca no Brasil impulsionando as cotações.Em nota, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) destacou ainda a importância de novas desonerações tributárias e a implementação de medidas técnicas que viabilizem importações de insumos com menores custos.
Para evitar que o quadro se agrave ainda mais, as representações setoriais solicitaram ao governo medidas para que o setor de proteína animal do Brasil “tenha igualdade de competição pelos insumos em relação ao mercado internacional, evitando a desindustrialização e a perda de postos de trabalhos”.A nota afirma que a avicultura e a suinocultura, além de responderem por 4 milhões de empregos diretos e indiretos, também garantem a “segurança alimentar de nossa população”.
Em abril, o setor teve atendido pelo governo seu pleito para que a Tarifa Externa Comum fosse zerada para a importação de milho, soja e subprodutos, como farelo de soja, de fora do Mercosul. Mas isso não tem sido suficiente para viabilizar compras externas a menores custos, o que levou o segmento a formalizar novos pedidos.
A ABPA comentou que “há desoneração de tarifa para esta importação, mas não há viabilização técnica”, em referência a produtos transgênicos aprovados em outros países que não têm aval no Brasil, o que limita os negócios. Neste caso, o setor pede viabilização emergencial das importações de milho e de soja para uso estritamente em ração animal.A associação ainda quer a suspensão do imposto Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM) sobre a importação de insumos de países não-integrantes do Mercosul.
Também encaminhou solicitação para a suspensão temporária de cobrança de PIS e Cofins para importações provenientes de países extra Mercosul, para empresas que não conseguem realizar “drawback”.
O segmento quer ainda suspensão temporária de cobrança de PIS e Cofins sobre os fretes realizados no mercado interno.
Fonte: Reuters
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