Confira a coluna em áudio e texto
Num momento anterior, no Linkando Pessoas falamos sobre o aumento dos pedidos de demissão nos EUA.
Numa recente pesquisa publicada numa revista especializada da área de RH, os dados do nosso país foram divulgados e o estado de Santa Catarina aparece em 1º lugar de pedidos de demissão, seguido pelos estados do Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.
Não há uma análise qualitativa dos dados na pesquisa, mas vamos as possíveis causas em especial, no que se refere ao nosso estado.
Este índice aumenta muito nos dois últimos anos, onde a pandemia viabiliza algumas experiências diferenciadas, que até então não eram assim vividas pela grande maioria das pessoas.
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A condição do trabalho em casa, o home office, fez as pessoas vislumbrarem um mundo de trabalho distante das paredes das empresas e isto ampliou o leque de possibilidades, não só de trabalho, mas de vida.
Não se deslocar perdendo tempo precioso no fluxo do trânsito, não ter a necessidade de se sujeitar à uma liderança por vezes despreparada, ter o conforto da própria casa, contato com a família. Esta última se redescobriu, a família, se reencontrou durante a pandemia. As crianças tiveram aulas online, os pais trabalharam online, porém a refeição do almoço pode ser feita em conjunto.
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O relacionamento familiar foi readequado, quando não efetivado. Pois muitas famílias até este evento se reuniam mesmo nos finais de semana, isto caso alguém não trabalhasse num plantão ou em horas extras.
Todas estas condições relacionais formam uma nova perspectiva de vida.
Outro fator é que as pessoas puderam vislumbrar a condição de abrirem seus próprios negócios, se tornarem empreendedores. Sonho que muitos sempre tiveram, mas não haviam tido a possibilidade de estruturar melhor esta ideia.
Bem sabido que no estado de SC, a condição de empreender é muito favorável, pois é um estado rico, com diferentes núcleos econômicos. Não é um estado de somente uma determinada região com riqueza e outras serem dependentes desta. De norte a sul, de leste a oeste o estado tem cidades promissoras.
Por outro lado, as organizações precisam rever com urgência suas formas de gestão, em especial na condição de atração, mas principalmente de retenção de suas pessoas. O modelo manda quem pode, obedece quem tem juízo não funciona mais.
A população que mais entra com os pedidos de demissão, são jovens abaixo de 39 anos, ou seja, pessoas que não pertencem a gerações que precisam de raízes para se consolidarem.
Esta população foi criada de outra forma, num outro mundo e vivem com diferentes perspectivas. Estas é que precisam ser compreendidas. Claro que a possibilidade de ganhos maiores com o próprio negócio fala muito alto. Mas a condição de reconhecimento, de ser ouvido e valorizado na estrutura pesam muito.
Fazer parte efetiva dos processos, seja na construção ou melhoria destes, é fundamental. De se ter um propósito além do ganho financeiro.
Estas gerações abaixo dos 40 anos, pensam e sentem o mundo de forma diferente, eles vivem de maneira diferente. Um exemplo básico, a geração X quando completava 18 anos queria um carro como grande presente. Claro para as famílias que assim podiam fazê-lo, a atual não vê necessidade efetiva disto.
Eles utilizam aplicativos para isto. Eles preferem viajar e conhecer o mundo ao invés de ter carro. Alguns da geração X mesmo tendo condições, por vezes não conhecem a capital do próprio estado. São dimensões de mundo diferentes e nenhuma delas está certa ou errada. Mas sim diferentes.
Nisto que a empresa precisa pensar para que estes números mudem nos próximos anos. Pensar a gestão para o público atual da estrutura, a referência são os mais jovens, pois eles perfazem a maior parcela de nossa População Economicamente Ativa, a PEA.
Pense nisto, [email protected].
Acompanhe a coluna em áudio:
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