Confira a coluna em áudio e texto
As empresas estão passando por um profundo momento de mudança em suas operações junto aos mercados que atuam.
Após a pandemia esta situação tomou proporções maiores ainda, devido aos diversos fatores correlacionados como a disponibilidade de mão de obra, a possibilidade de redução de custos fixos na estrutura, as locações de espaços ou mesmo construção de novas áreas passa a ser questionado.
A condição é verticalizar ou não a estrutura, ou seja, não depender tanto de terceiros e produzir internamente o máximo possível? Ou exatamente o oposto, em horizontalizar quase tudo, ficando somente com a inteligência do negócio internamente?
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Bem estas são dúvidas difíceis de responder numa análise rápida, mas cabem algumas observações para que a tomada de decisão seja a mais assertiva.
A escassez de mão de obra tende a piorar, por diversos fatores, da péssima formação oferecida, passando pela característica existente em parcela da PEA que não tem vontade de trabalhar. Exato, não tem vontade de trabalhar, muitos destes são subsidiados por seus pais ou pelo governo e assim se bastam em suas existências e não querem buscar novos desafios. Desta forma o risco da dependência de mão de obra não pode ser minimizado.
Outro fator é o custo em manter a estrutura verticalizada, onde há a condição da manutenção mínima de pessoas que conduzam os processos e que fazem as entregas necessárias para que a empresa continue produzindo.
Ao mesmo tempo que horizontalizar os processos, colocá-los nas mãos de outros pode ser o alívio e a diminuição de custos, como pode ser exatamente o maior risco, pois parte da inteligência do negócio pode ser colocada nas mãos de alguém que se torne um feroz concorrente. A China está aí para comprovar este fato, muitos projetos foram colocados dentro das empresas chinesas e copiados descaradamente. A OMC está aí para comprovar quantos processos de plágio existem contra este país.
A condição hoje para quem está a frente de uma empresa é bastante angustiante, pois as dúvidas são muitas e as certezas estão cada vez mais tênues.
Um outro fator em empresas muito verticalizadas é a distância formada entre a base e o topo da pirâmide. Este pode ser um dos fatores que suscitem o desenvolvimento de subculturas organizacionais e de diferentes instâncias de poder muitas vezes paralelo. Algo por vezes tranquilo, mas em outras vezes muito maléfico para a estrutura. Pois a distância do poder, pode possibilitar a criação de feudos ou pequenos clãs internos que não coadunem na totalidade com o poder central e façam suas ingerências nas decisões. Claro as decisões macro são respeitadas, mas em algumas vezes tudo poderia acontecer com maior tranquilidade se existisse maior proximidade.
Infelizmente não é incomum que pessoas que trabalhem em terceiros turnos por exemplo não sejam conhecidas nem por seus diretores. Somente por seus supervisores que atuam no mesmo horário.
Riscos e mais riscos, assim segue a vida das organizações, não há uma receita pronta que garanta resultados. Alguns exemplos podem ser seguidos, mas com cautela pois duas empresas nunca são iguais. Mesmo que sejam do mesmo segmento.
Verticalizar ou horizontalizar, podem ser duas excelentes saídas. Cabe a análise muito apurada dos riscos e das fragilidades que cada uma das possibilidades oferece.
Não há um certo ou errado efetivo. A gestão precisa ficar muito atenta ao que acontece em seu entorno, em especial ao que se refere à mão de obra. Comprar máquinas é mais fácil, é só dispor de dinheiro ou crédito. Agora quando estamos falando de pessoas isto não tão simples assim.
Diminuir a estrutura ao mínimo necessário ou manter todas as áreas com pessoas nas atividades, são dois caminhos para uma grande saída estratégica. Mas pode representar também a derrocada de uma empresa.
O foco no essencial e estruturante deve ser a ênfase da gestão. Quem são os que sustentam a estrutura efetiva, funcionando e quem são os que podem ser tirados da estrutura? Verticalizar ou horizontalizar, com quem posso e devo contar?
Questões que remetem à uma boa quantia de horas de análise.
Pense nisto: [email protected].
Confira a coluna em áudio:
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