Objetivo é acelerar vacinação contra o coronavírus
O Brasil vive, hoje, seu pior cenário desde o início da pandemia decorrente da Covid-19. Com uma média diária de mais de duas mil mortes, os hospitais das redes pública e particular espalhados pelos quatro cantos do país estão com sua capacidade de leitos de UTI praticamente saturada, além da falta de insumos e materiais necessários para o tratamento da doença. Em algumas unidades hospitalares, pacientes em estado grave são colocados nos banheiros, exemplo de um hospital público de Brasília. Enfermeiras relatam que no bloco de emergência, com capacidade para 9 pacientes, elas precisam tratar de 19 pessoas.
A situação reflete o colapso na saúde pública em diversos estados e no Distrito Federal. Por causa da Covid-19, milhões de brasileiros estão sem atendimento médico. Para impedir o avanço, nesta quinta-feira feira (11) a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou uma resolução que autoriza estados, municípios e empresas privadas a comprarem insumos contra a Covid-19. Em evento no Palácio do Planalto, o diretor-presidente da Agência, Antônio Barra Torres, pediu que mesmo com a aprovação de medidas, os brasileiros tomem mais cuidado.
“É importante sempre lembrar que mesmo diante de um momento mais favorável, que certamente todos estão buscando, quando este momento estiver concretizado, com o objeto de várias vacinas disponíveis ao povo brasileiro, ainda assim teremos que lançar mão das medidas de prevenção, das medidas que estão hoje ao nosso alcance”, salienta Antônio Torres.
As mudanças adotadas pela Anvisa servem para que a Agência se adeque às normas previstas na lei sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro, e que permite mais celeridade na compra de imunizantes e insumos contra a Covid-19. Nesta quinta-feira (11) o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, entregou um ofício no Congresso Nacional que atualiza o procedimento de importação de vacinas. A expectativa é de que 270 milhões de doses sejam aplicadas até junho deste ano.
O texto disponível no site do ministério mostra que há acordos fechados para a compra de 112 milhões de doses da vacina AstraZeneca até julho. Até setembro o Governo Federal pretende comprar 100 milhões de doses da Coronavac. Para Hemerson Luz, infectologista e especialista na área, mesmo com as vacinas, é preciso ficar atento ao vírus. “Quanto mais disseminar o Coronavírus pela sociedade, mais mutação vai ter e mais variantes podem surgir. Estas variantes podem ter um comportamento incerto, inclusive se isto continuar, pode até fugir das vacinas futuramente”. Mesmo após a aplicação da vacina, é preciso manter os cuidados. É o que afirma o infectologista. “Logo após a segunda dose, mesmo 15 dias depois, os cuidados continuam.
De máscara, utilização do álcool gel e o distanciamento social, ainda mais agora que estamos detectando novas variantes”. Ainda de acordo com a resolução da Anvisa, enquanto os grupos prioritários não forem vacinados, as doses compradas por empresas privadas devem ser doadas ao Sistema Único de Saúde (SUS). Após esta etapa da vacinação, metade das vacinas compradas podem ficar com as empresas, desde que sejam aplicadas gratuitamente.
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