Donos do imóvel terão 60 dias para fazer o corte e ganharão exemplar nativo para substituição
A Fundação Jaraguaense de Meio Ambiente (Fujama), iniciou ação visando identificar e determinar o corte e a substituição de árvores da espécie Spathodea campanulata, conhecida, como Espatódea, Bisnagueira, Tulipeira-do-Gabão, Xixi-de-Macaco ou Chama-da-Floresta.
Suas flores possuem substâncias tóxicas que causam a morte de diversos insetos, principalmente de abelhas nativas sem ferrão. “As abelhas são insetos fundamentais para garantir a polinização, a conservação de nossas florestas e o adequado desenvolvimento das mais variadas culturas agrícolas existentes no município”, explicou o biólogo da Fujama, Gilberto Ademar Duwe.
De acordo com essas informações e seguindo os passos de outros municípios e do Estado de Santa Catarina que já possuía a Lei nº 17.694/2019, o legislativo municipal aprovou a Lei nº 9.398/2023, que proíbe a produção de mudas, o plantio e determina o corte das espatódeas existentes dentro do território de Jaraguá do Sul.
Desta forma, em cumprimento a Lei Municipal, a Fujama iniciou um trabalho no sentido de identificar os locais em que se encontram a espécie a fim de notificar os proprietários do imóvel para que, em um prazo de 60 dias, providenciem o corte da árvore. A Fundação informa ainda que caso haja interesse do proprietário do imóvel também providenciará substituição da espatódea cortada por uma muda de árvore nativa de 1,5 metro de altura, a ser disponibilizada pela própria Fujama.
É importante esclarecer que a determinação de remoção das espatódeas decorre da Lei, e caso a notificação não seja atendida no prazo assinalado, o notificado estará sujeito a autuação ambiental por infração ao disposto no artigo 80, do Decreto Federal nº 6.514/2008.
“A introdução de espécies originárias de outras localidades e outros países, pode parecer algo simples e inofensivo, entretanto, em muitos casos ocasiona impactos ambientais irreversíveis, como se observa que vem ocorrendo com as árvores de espatódeas”, explicou Duwe. “Por trás de sua exuberância está escondido o agressivo impacto para as indefesas abelhas-sem-ferrão. Lá no continente africano, provavelmente os insetos polinizadores estão adaptados às flores desta árvore, mas aqui no Brasil não estão.” Por isso, acrescenta Duwe, “para não ocorrerem danos maiores ao ecossistema local, é fundamental a remoção e substituição das espatódeas em toda a região”.
Para mais informações, os munícipes também podem entrar em contato com a Fujama pelo telefone (47)3273-8008. O horário de funcionamento da entidade é de segunda a sexta-feira das 8 às 11h30 e das 13 às 16h30.
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