Social tem registrado aumentos consecutivos no número de pessoas abordadas
A equipe técnica do Serviço Especializado em Abordagem Social, vinculada à Secretaria de Assistência Social e Habitação, tem registrado aumentos consecutivos no número de pessoas abordadas e de abordagens. Até sexta-feira (26) foi constatado 80 pessoas em situação de rua e de vulnerabilidade social abordadas, número maior do que o apresentado em março de 2020, que fechou os 31 dias do mês com 50.
Comparados, os meses de fevereiro de 2021 e 2020, com 64 e 57 pessoas abordadas, respectivamente, apontam para um crescimento de 12,3%. O mesmo ocorreu neste janeiro, quando foram 41 as pessoas abordadas, contra 30 em janeiro de 2020, numa majoração de 36,6% na comparação dos mesmos meses.
O total de abordagens também vêm superando as médias históricas. Em fevereiro deste ano, foram 134 contra 115 em 2020, numa majoração de 16,5%. O mês de janeiro apresentou uma elevação exponencial. Foram 113 as abordagens contra 58 do mesmo mês de 2020, num acréscimo de 94,8%. Neste mês de março, até a última sexta-feira, foram 202 as abordagens contra 84 para todos os 31 dias de março passado, numa elevação de mais de 140% até o momento.
Para a gerente do Proteção Social Especial de Média Complexidade, Marinez Borck Larroza, algumas situações contribuíram para o crescimento destes números na cidade: diminuição de circulação de pessoas na rua por causa da pandemia, o que fez com que as pessoas em situação de vulnerabilidade migrassem para cidades com mais recursos; e a concorrência por espaços como sinaleiras, locais públicos em que ocorre pedido de dinheiro ou pequenas vendas.
“Este mês estaremos superando todos os números da Abordagem Social em termos de quantidade de pessoas abordadas”, apontou Marinez
Ainda de acordo com a gerente de Proteção Social, nem todos aceitam o Serviço de Abordagem. “Muitas vezes, não aceitam os encaminhamentos das equipes técnicas, seja para a saúde, comunidades terapêuticas, casa de Passagem ou para o mercado de trabalho, o que dificulta a ação do poder público. São pessoas com um modo de vida diferente, o que nos obriga a rever nossos conceitos frequentemente”, pondera.
Como ajudar?
De acordo com Marinez Larroza, hoje o grande foco deve ser no sentido de sensibilizar a população do município para que não deem esmolas ou não realizem as compras de doces e tudo mais que lhes é oferecido.
“Esse ato dos munícipes dificulta imensamente o acompanhamento dos usuários. O ato de dar esmolas não está, em hipótese alguma, auxiliando o usuário, muito pelo contrário. Está permitindo que ele se mantenha naquela situação, dando as costas para toda a estrutura que a prefeitura oferece em termos de acompanhamento e encaminhamento para a rede de atendimento”.
A população pode ajudar a equipe acionando o serviço por meio do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) da Vila Baependi, pelo fone 3275-8750, de segunda a sexta-feira, das 8 às 21h30. Aos fins de semana, há uma equipe de plantão 24 horas disponível pelo celular 99930-1247.
“Dar esmola ou comida é um paliativo para a situação e acaba prejudicando o trabalho técnico; a melhor ajuda é acionar o Serviço de Abordagem Social”, explica o secretário André de Carvalho Ferreira. A secretaria estuda parcerias e novas estratégias junto à rede de atendimento e com outras secretarias da prefeitura, objetivando mais qualificação para as situações desta natureza.
A estrutura existente para este tipo de serviço é adequada para uma cidade do porte de Jaraguá do Sul, de acordo com a gerente. “Quando comparada com outros municípios, percebe-se um trabalho coordenado com a rede socioassistencial e demais políticas públicas voltadas para esta natureza. Há, também, planejamento das ações e um mapeamento adequado”, pondera.
Um dos locais mais críticos em relação ao tema ocorre no bairro Chico de Paulo, logo após a Ponte do Rau, onde há uma grande incidência de casos em imóveis abandonados.
O que é o Serviço Especializado em Abordagem Social
É um dos serviços da Secretaria de Assistência Social ligado à Proteção Social Especial de Média Complexidade que tem como finalidade a abordagem e busca ativa, identificando a incidência de trabalho infantil, exploração sexual de crianças e adolescentes e pessoas em situação de rua. Busca a resolução de necessidades imediatas e promove a inserção na rede de serviços socioassistenciais e das demais políticas públicas na perspectiva da garantia de direitos. A busca ativa e as abordagens buscam crianças, adolescentes, jovens, adultos, idosos e famílias que utilizam espaços públicos como forma de moradia ou sobrevivência.
Entre os objetivos constam:
*Construir o processo de saída das ruas e possibilitar condições de acesso às redes de serviços e a benefícios assistenciais;
*Identificar famílias e envolvidos com direitos violados, a natureza das violações, as condições em que vivem, estratégias de sobrevivência e relações estabelecidas com as instituições;
*Promover ações para a reinserção familiar e comunitária;
*Promover ações de sensibilização, divulgação do trabalho realizado, direitos e necessidades de inclusão social e estabelecimento de parcerias.
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