Desde 2021, houve um crescimento de 498% nos casos confirmados de dengue no município
A Secretaria de Saúde de Jaraguá do Sul reativou a Sala de Situação – criada em 2019 e composta por representantes de várias Secretarias Municipais e Gabinete –, que tem por objetivo traçar estratégias de ação para o combate dos focos do mosquito Aedes aegypti (mosquito da dengue) no município.
De acordo com a última atualização da Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive/SC), vinculada à Superintendência de Vigilância em Saúde, da Secretaria de Estado da Saúde, Jaraguá do Sul está na lista de cidades catarinenses infestadas pelo mosquito Aedes aegypti (mosquito da dengue).
Na tarde desta terça-feira (5), ocorreu a primeira reunião do grupo onde foram analisados os números da dengue em Santa Catarina e na cidade. Conforme os dados, de 2021 para cá houve um crescimento de 498% nos casos confirmados e de 400% nos casos autóctenes (contraídos dentro do município). Neste ano, já são 62 casos de dengue, destes, 20 contraídos em Jaraguá mesmo. Em 2021 ocorreram 12 casos de dengue no município.
O número de focos também deu um salto em 2022: 815 até 30 de junho, contra 464 em 2021 e 91 em 2020. Um crescimento de 85% no número de focos em relação ao mesmo período de 2021 e 44% em relação a todo ano de 2021.
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De acordo com o Diretor de Vigilância em Saúde, Dalton Fernando Fischer, a situação da dengue em Jaraguá do Sul – a exemplo do que está ocorrendo em todo o Estado –, preocupa. “Por isso a necessidade de atualizar o plano de contingência e criar novas estratégias para sensibilizar os munícipes em relação à eliminação de possíveis focos do aedes aegypti”.
A Gerente de Vigilância Epidemiológica Talita Piccoli Sevegnani lembra que “denúncias de possíveis focos do aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, Chikungunya e zika vírus, podem ser realizadas por meio da Ouvidoria do SUS, pelo telefone 0800 642 0136, na Ouvidoria Geral da Prefeitura, no telefone 0800 642 0156, ou email [email protected].
Já o Secretário de Saúde, Alceu Gilmar Moretti, ressalta que dependerá de toda comunidade a conscientização e a adoção das medidas de prevenção, como a eliminação ou limpeza de objetos ou locais que possam estar acumulando água, como pneus, vasos de plantas, baldes, calhas e outros. Somente assim poderemos ter uma realidade diferente em Jaraguá do Sul comparado a outras cidades do estado.
Bairros classificados como infestados pelo mosquito da dengue em Jaraguá do Sul
Centro, Vila Nova, Czerniewicz, Nova Brasília, Ilha da Figueira, Vila Lenzi, Chico de Paulo, Vila Lalau, Tifa Martins, Baependi, Rio Molha, Água Verde e Jaraguá Esquerdo.
Sobre a dengue
Dengue é uma doença infecciosa febril causada por um arbovírus, sendo um dos principais problemas de saúde pública no mundo. Ela é transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti infectado.
A transmissão se dá pela picada do mosquito fêmea infectado pelo vírus, que se infecta picando pessoas doentes. Não há transmissão pelo contato de um doente ou suas secreções com uma pessoa sadia, nem fontes de água ou alimento.
O mosquito Aedes aegypti possui hábitos diurnos, ou seja, alimentação, reprodução e oviposição (postura de ovos) ocorrem durante o dia, por isso a importância de utilizar repelentes.
Sintomas
Normalmente, a primeira manifestação é a febre alta (39 °C a 40 °C) de início repentino, que tem duração de 2 a 7 dias, associada à dor de cabeça, fraqueza, dores no corpo, nas articulações e no fundo dos olhos. Manchas pelo corpo estão presentes em 50% dos casos, podendo atingir face, tronco, braços e pernas. Perda de apetite, náuseas e vômitos também podem estar presentes.
Com a diminuição da febre, entre o 3º e o 7º dia do início da doença, grande parte dos pacientes recupera-se gradativamente, com melhora do estado geral e retorno do apetite. No entanto, alguns pacientes podem evoluir para a forma grave da doença, caracterizada pelo aparecimento de sinais de alarme, que podem indicar o deterioramento clínico do paciente.
A hidratação é fundamental no tratamento de dengue, e deve ser mantida durante todo o período febril e por até 24h/48h após a normalização da temperatura. Recomenda-se a hidratação oral para adultos 60ml/kg/dia e crianças até 10kg: 130ml/kg/dia, de 10 a 20kg: 100ml/kg/dia e acima de 20kg: 80ml/kg/dia de líquidos caseiros como: água, suco de frutas, soro caseiro, chás, água de coco, entre outros. A alimentação não deve ser interrompida durante a hidratação, e sim administrada de acordo com a aceitação do paciente. O aleitamento materno deve ser mantido e estimulado.
Onde procurar atendimento
Na presença de sinais e sintomas, o paciente deve se dirigir imediatamente ao serviço de saúde e, caso já tenha sido atendido antes, deve retornar e não se automedicar. Pessoas que estiveram, nos últimos 14 dias, numa cidade com a presença do Aedes aegypti ou com a transmissão da dengue e tiver os sintomas citados, procure a unidade de saúde de referência. Evite o uso de medicamentos à base de ácido acetilsalicílico (AAS, Melhoral, Aspirina) e anti-inflamatórios não esteroides (ibuprofeno).
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