Confira detalhes da ação
Após seis meses de intensa investigação da Polícia Civil de Jaraguá do Sul, o líder de um esquema criminoso foi indiciado por tráfico de entorpecentes e associação ao tráfico de drogas. O inquérito policial foi finalizado pela DIC (Divisão de investigação Criminal) nesta semana e remetido ao Poder Judiciário.
Segundo o delegado Diones de Freitas, a investigação teve início em novembro do ano passado e teve como elemento deflagrador uma apreensão de mais de 19 quilos de maconha que foi realizada pela Polícia Militar na residência de um adolescente de 17 anos.
“Dada a grande quantidade entorpecente que não é comum para nossa região, nós imaginávamos que isso pudesse estar num contexto de organização criminosa ou algo maior”, revela.
A DIC utilizou na investigação do crime o compartilhamento da perícia realizada pelo IGP (Instituto Geral Perícias) no aparelho celular do adolescente.
“O Juízo da Infância deferiu esse pedido e, a partir disso, nos debruçamos sobre o conteúdo dessa extração pericial. No telefone desse adolescente continham diversas informações que nos revelavam que, de fato, essa droga havia sido encaminhada por um indivíduo de Joinville, que seria o chefe desse esquema criminoso”, acrescenta.
A DIC verificou que dois indivíduos faziam parte do braço dessa rede criminosa e teriam sido os responsáveis pelo transporte desse entorpecente de Joinville até Jaraguá do Sul.
“A partir dessa situação, nós implementamos diversas diligências no intuito de identificar quem eram os indivíduos, tendo em vista que nessa perícia nós não tínhamos identificação, […. ] eles se tratam por apelido, usam nomes visando justamente ocultar sua identidade”.
Além de dois períodos de interceptação telefônica, foram solicitados pedidos de busca ao Poder Judiciário, que foram deferidos. “Na residência destes indivíduos, foram coletadas algumas informações adicionais”, diz o delegado, acrescentando que foi pedida a prisão temporária dos cinco investigados.
Além do líder do esquema criminoso e os dois indivíduos responsáveis pelo transporte desse entorpecente, mandados de prisões foram expedidos contra um quarto investigado – que usava a conta bancária para prover o fluxo de dinheiro e pagamento de drogas junto ao núcleo da associação criminosa – e a sobrinha desse investigado.
“Posteriormente, acabamos identificando que ela era apenas uma laranja desse esquema e não tinha relação. Então, assim que cumprimos a prisão dela, imediatamente foi pleiteado junto ao poder judiciário a sua revogação”.
Três dias antes do cumprimento da operação deflagrada em 9 de abril, o quarto investigado já havia sido preso em Balneário Camboriú transportando 25 quilos de maconha. Por essa razão, ele foi interrogado no presídio de Balneário Camboriú e o cumprimento da prisão foi realizado naquele presídio. O inquérito prosseguiu após a deflagração dessa operação.
A DIC promoveu o interrogatório dos dois envolvidos que teriam transportado os entorpecentes. Eles tinham se evadido no dia da operação. Posteriormente, na presença de advogados, se apresentaram na delegacia, confessando o crime e trazendo elementos adicionais à investigação, que ajudaram na investigação.
“Corroboraram que nós estávamos no caminho certo, no sentido de que a pessoa que nós prendemos lá no bairro Espinheiros, em Joinville, realmente era o líder desse esquema, uma ramificação inclusive interestadual”, esclarece.
O inquérito foi concluído na terça-feira (4) e o delegado pediu a conversão da prisão temporária em preventiva do líder do esquema criminoso, que se encontra preso em Jaraguá do Sul, e do outro investigado, que está preso em Itajaí (SC). Os outros dois devem responder o processo em liberdade.
No decorrer da investigação ao longo desses últimos meses, a DIC reuniu um material farto que demonstra a culpabilidade dos investigados.
“Com relação ao esquema, a gente identificou que esse líder realmente não colocava a mão nas drogas, ele usava de outros indivíduos. Como ele já tinha sido preso em 2019 com cinco quilos de maconha, ele evitava colocar a mão na droga para evitar uma prisão em flagrante. Então, ele usava dos demais integrantes do grupo para que promovessem essa logística, principalmente adolescentes para revenda do entorpecente, sendo que dois deles eram de Jaraguá do Sul”.
O delegado revela que o líder adquiria drogas de Foz do Iguaçu (PR), do Paraguai e de Manaus (AM), onde um cunhado dele reside. Ele importava entorpecentes, inclusive por avião, e o esquema criminoso tinha vários moldes e ramificações.
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