Confira a coluna em áudio e texto
Falar sobre mudança já não é novo e muito menos desconhecido, mas executar esta ação nas organizações é algo que ainda demanda de muito empenho, de capacidade de aceitar que elas por vezes não virão sozinhas e que a quebra de paradigmas é a principal condição para que aconteçam.
Quando as mudanças são propostas acabam tendo, no geral, acreditar que teremos a formação de três times: os que afirmam que ela não dará certo mas que deixam as coisas correrem, aqueles que se autointitulam “São Tomés” que querem ver para crer; os que se dispõem a experienciar novas possibilidades e; aqueles que, embora se digam empolgados com as mudanças acabam por colocarem-se numa ação velada contra a situação, gerando um boicote ocluso.
Importante que o gestor esteja atento para identificar aqueles com os quais realmente poderá contar, quem é verdadeiramente aberto a experienciar novas possibilidades sejam na sua frente ou longe dele, e não se deixe levar pelas percepções alheias ou por conceitos já desgastados de resistência às mudanças que a tudo justificam indicando que é um processo natural ao ser humano ser resistente.
Mais do que desejar a mudança, o gestor precisa estar atento para envolver os demais neste processo de maneira individual, pois embora a organização seja um ambiente social e interativo, ela acontece a partir da ação individual de cada um de seus integrantes, devendo-se fazer uma análise do quanto as pessoas que lhe apoiam nas decisões e na execução das tarefas são capazes de atuarem não apenas nas suas necessidades, mas sim, de se voltarem para as demandas e desafios da empresa, visando os objetivos comuns do ambiente organizacional.
Assim, antes de avaliarmos a resistência às mudanças como algo esperado e comum ao ambiente empresarial devemos considerar que uma ação que se dá pela percepção individual, e não apenas pelo medo do desconhecido, já que no geral, a vontade de passar por novas experiências, isto sim, é algo comum ao comportamento humano.
É preciso que tiremos esta venda dos nossos olhos e consigamos entender que, em grande parte, os obstáculos que envolvem um processo de transformação se dão, na maioria, por colocarem em jogo a posição de alguns possíveis “detentores de poder” que boicotam os processos não pelo medo do desconhecido, mas sim, pela busca da manutenção do seu status quo, e portanto a partir dos apoiadores da própria gestão e não necessariamente dos colaboradores, assim, a velha desculpa “estou trabalhando com a minha equipe mas ela não está acreditando muito nestas mudanças”, pode ser entendida como: “eu não sei o quanto estas mudanças me colocarão em risco na minha posição”.
Cabe-nos, portanto a pergunta: As mudanças na sua empresa, não estão acontecendo por que “as pessoas não aceitam”, ou por que poderão gerar a necessidade de movimentação do poder? Pense nisto antes de implementar mudanças na sua empresa e possível que terá a condição de avaliar este processo sob um prisma diferente!
Deixe seu comentário nesse post